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“A oportunidade é pra quem vai em busca do que quer", diz ex-aluno da Panamericana

“A oportunidade é pra quem vai em busca do que quer", diz ex-aluno da Panamericana

Tiano Mendes realizou o sonho de viver de arte depois de cursar artes plásticas na Panamericana e se sente realizado com sua trajetória

Artista plástico e professor de artes, Tiano Mendes é formado pela Escola Panamericana de Arte e Design e tem seu ateliê próprio em Ubatuba, sua cidade natal. Versátil, o ex-aluno da escola é especialista em paisagens, mas pinta em diferentes plataformas usando temáticas diversas e linguagens de trabalho que denomina surrealismo caiçara e tropicália. Conhecido por suas artes em pontos de ônibus e muros de creches da cidade litorânea, entre outros, Tiano conta que viver de arte é um sonho realizado.

"Cresci vendo meu pai e minha tia trabalhando com arte, então acho que minha veia artística vem de família. Comecei cedo, nos anos 90, pintando letreiros e fachadas de lojas junto com o meu pai. Como eu moro em uma cidade litorânea, sou muito ligado à natureza e sempre gostei de paisagens, pássaros, e todas as belezas que temos ao alcance da vista em Ubatuba. Por isso, desde criança eu já gostava de desenhar o que via e queria viver de arte", conta.

No final dos anos 2000, Tiano se mudou para São Paulo junto com a sua então mulher e resolveu aprofundar seus conhecimentos em artes plásticas: "Sempre tive vontade de aprender mais sobre arte para poder viver dela. Nunca nem pensei em investir sério em outras carreiras. Já até trabalhei, por necessidade, em comércios de amigos e outros empregos paralelos, mas a arte sempre esteve em primeiro plano. Quando cheguei em São Paulo, meio peixe fora d'água, precisei escolher meus caminhos por lá e fiz algumas tentativas de expor meus trabalhos na capital paulista. Levei alguns nãos e fiquei frustrado, mas isso fez com que eu sentisse a necessidade de buscar algo mais e não desistir".

Foi nesse momento que o ubatubense decidiu fazer o curso de artes plásticas da Panamericana: "Eu tinha visto um panfleto da escola falando sobre vagas para novos alunos e resolvi pesquisar. Alguns amigos de Ubatuba tinham feito cursos na Panamericana e falavam muito bem, então eu fui visitar a escola e resolvi estudar lá em busca de novos conhecimentos. Essa decisão foi um divisor de águas muito grande para o meu aprendizado e entendimento".

Tiano conta que o curso mudou completamente sua visão da arte como um todo. Apesar de já trabalhar com artes plásticas, foi na Panamericana que ele descobriu novas possibilidades de explorar seus talentos. "A escola me abriu alguns horizontes. A Panamericana despertou muito a minha criatividade e me fez querer conhecer novos caminhos. Ali eu abri minha mente para novos trabalhos e ideias. Eu lembro que em Ubatuba, antes do curso, eu só pintava paisagens, praias, natureza e nem pensava em fazer outras coisas, acho que por falta de criatividade mesmo. Meu trabalho era limitado, até por falta de estudos. Nos anos 90, vivendo em uma cidade litorânea, então afastada do desenvolvimento, eu não tinha como ter acesso à toda a bagagem que eu tive na Panamericana", relembra.

Durante o curso, Tiano não apenas aprendeu novos caminhos, como ganhou experiências e conheceu pessoas que o ajudaram em sua trajetória: "Os professores da escola me apoiaram muito no meu início de carreira e eu até trabalhei como auxiliar de um deles em sala de aula, o que foi ótimo, porque eu senti o meu trabalho sendo reconhecido dentro da escola. Conheci muitas pessoas talentosas e fiz amigos com grandes trabalhos. Foi ali também que eu comecei a desenvolver novos cenários e caminhos para o meu trabalho e tudo isso mudou minha vida".

"Quando eu cheguei em São Paulo, eu era mais um artista chegando na cidade grande, como muitos outros sonhadores, e me frustrei com os nãos que levei por não ter quem indicasse o meu trabalho. Depois do curso tudo isso mudou. Na Panamericana eu comecei a ter contato com as pessoas do mercado de arte de São Paulo, que é bastante fechado, e as coisas ficaram mais fáceis. No próprio mural da escola eu encontrava anunciadas oportunidades e comecei a me integrar com o mercado paulista. Expus em galerias na Vila Madalena, fiz algumas exposições em centros culturais, salões de arte e comecei a conquistar meu espaço", conta Tiano. 

Quando terminou o curso, o artista ubatubense se separou da mulher e voltou para sua cidade natal, onde todo o conhecimento que adquiriu na escola fez toda a diferença: "Quando eu cheguei aqui de volta, formado pela Panamericana, e com essa bagagem enorme, isso fez toda a diferença. A escola foi fundamental na minha trajetória porque me ajudou muito a dar os primeiros passos na carreira e me deu um conhecimento que abriu as portas para diversas oportunidades. Hoje eu vivo de arte, trabalho com arte urbana, grafite, faço de tudo um pouco. A Panamericana me ajudou muito nessa questão também. Se eu sou versátil, é graças à escola. Tudo que aparece de trabalho eu consigo fazer na minha área. A minha maturidade profissional, eu devo à Panamericana. Eu lembro que eu era fechado, tipo bicho do mato e, se eu conquistei uma liberdade de trabalhar com várias plataformas de arte, fiquei conhecido na minha cidade de Ubatuba e já pintei até monumentos, é graças a trajetória que eu construí a partir do curso da escola".

Além de trabalhar com arte urbana e ter seu atelier, Tiano também dá aulas para crianças a parir de 9 anos. "Eu trabalho com o que eu amo. Mesmo tendo sido difícil no início e tendo precisado contar com a ajuda da minha ex-mulher porque não tinha condições financeiras, para mim valeu muito a pena o investimento. Sou muito realizado por tudo o que eu já fiz na minha trajetória e sigo em busca de mais realizações. Acreditando no nosso potencial as coisas acontecem. Precisamos sempre buscar conhecimento, ir atrás do que queremos. Se eu não tivesse lutado pelo que eu realmente gosto de fazer, se não tivesse tido força de vontade, eu não estaria aqui. É claro que também tenho muito a agradecer à Panamericana pelo que eu sou hoje, porque nunca fazemos nada sozinhos. Se atualmente eu tenho maturidade para falar do meu trabalho e da minha trajetória é por conta do conhecimento que a escola me passou e eu repassei ao longo da vida".

Para os aspirantes a artistas que estão inseguros sobre as possibilidades do mercado, Tiano aconselha: "Viver de arte é uma arte que requer que nunca deixemos de sonhar. É verdade que muita gente ainda acha que a arte não é uma profissão, mas essas pessoas estão enganadas. Nas palestras que eu dou em escolas, eu sempre enfatizo que a arte é sim uma profissão. E é uma profissão que eu defendo com unhas e dentes porque é dela que eu vivo. Não se deixem abalar pelo tempo, pelas pessoas e pelos preconceitos que encontrarem pelo caminho. Sigam em frente com o sonho, acreditando em vocês. A oportunidade é pra quem vai em busca do que quer, independentemente de qualquer coisa".