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CASACOR completa 35 anos trazendo uma reflexão sobre o morar

CASACOR completa 35 anos trazendo uma reflexão sobre o morar

Mostra acontece até 11 de setembro no Conjunto Nacional, em São Paulo, e conta a história da marca e do crescimento do mercado de design de interiores do Brasil

Conhecer o mercado, suas tendências e o trabalhos dos outros profissionais do setor é fundamental para se obter sucesso em qualquer área de atuação. Por isso, para os aspirantes a designer de interiores, visitar a CASACOR é programa obrigatório. Comemorando 35 anos de existência, a mostra, instalada no Conjunto Nacional, em São Paulo, acontece de 05 de julho a 11 de setembro.

A exposição, que ocupa uma área de aproximadamente 750 m2, foi pensada pelo Ateliê Esquina - das arquitetas Carmela Rocha e Paula Thyse - em conjunto com a jornalista Livia Pedreira, membro do Conselho Curador da CASACOR. Com tema "Infinito Particular", a mostra propõe uma viagem pela história das últimas décadas da arquitetura e do design de interiores brasileiros, revelando o impacto da marca em todo esse processo de desenvolvimento.

Logo na primeira rampa da exposição, há inúmeras fotos de ambientes de antigas edições da CASACOR, durante os dezessete anos iniciais da marca. A segunda rampa, mostra a história dos 18 anos seguintes e conta com áudios, repletos de causos marcantes, reunindo 10 histórias sobre a marca narradas pela jornalista Baba Vaccaro.

"Para essa edição comemorativa nós resolvemos fazer uma espécie de retrospectiva desses 35 anos, contando a história da marca por meio dos grandes momentos da CASACOR, que nasceu nos anos 80 por iniciativa de duas mulheres, Yolanda Figueiredo e Angelica Rueda. Na época, no Brasil pouco se falava em design de interiores e o mercado era bastante insipiente, o que fez da ideia, inspirada em mostras internacionais, visionária", diz Ligia, responsável pela curadoria da mostra ao lado do também jornalista e arquiteto Pedro Ariel e Cristina Ferraz, diretora de relacionamento da CASACOR.

A exposição conta ainda com 59 ambientes, em mais de 10.000m2 de área construída para o evento, acomodando 30 estúdios e lofts, 7 jardins e ilhas de bem-estar, 5 operações de restaurante, bar e café, 5 banheiros unissex, 7 lojas e operações comerciais, além de 2 ambientes funcionais (bilheteria e lounge) e 2 áreas de exposições artísticas num espaço tão emblemático da arquitetura moderna.

"Para refletir a história da CASACOR, a curadoria dessa edição reflete o que nós sempre buscamos ao longo de todas as edições: juntar em um mesmo cenário os grandes nomes da arquitetura de interiores, que se consolidaram ao longo da história da marca, e ao mesmo tempo revelar jovens talentos. Para nortear o conceito e o tema da exposição utilizamos um estudo de tendências que nos levou a convidar os profissionais a refletirem sobre o mundo em que estamos vivendo e como ele impacta as casas das pessoas. Essa provocação ajuda os profissionais a transcenderem o dia a dia e transforma a CASACOR em um espaço para o exercício da criatividade desses profissionais. Dessa forma também promovemos uma reflexão da indústria, na medida em que seus especificadores vão buscar produtos mais adequados às tendências ali lançadas", explica Ligia.

Depois de revisitar a história da marca, a exposição coloca os holofotes sob dois temas que fazem parte do DNA de CASACOR, com uma parte totalmente dedicada a sustentabilidade e ao impacto social: "A pandemia nos impôs uma importante reflexão sobre os excessos de todos os tipos, e o ambiente onde isso aconteceu foi a casa das pessoas, que passou a ser, por algum tempo, o único espaço para todas as nossas demandas. Isso transformou completamente o papel das residências. Mapeando as tendências, percebemos que foi decretado o fim dos estilos. Cada pessoa tem seus desejos e necessidades peculiares e as casas passaram a ser um reflexo dos mais diferentes indivíduos. Então o tema dessa edição abrange exatamente a necessidade que as pessoas sentiram de viverem em espaços que refletem sua personalidade, suas memórias e suas histórias de vida".

Pela primeira vez em sua história, a mostra ocupa pavimentos do Conjunto Nacional, e teve como inspiração e desafio a valorização do edifício e o diálogo com suas formas: "Apesar de ter acontecido por 13 ou 14 anos seguidos no Jockey Club, a CASACOR era na sua origem itinerante. Depois da pandemia, de termos sido obrigados a nos reinventarmos e de muito aprendizado, resolvemos retomar o exercício de sermos itinerantes, para assim também retomar a nossa conexão com o espaço urbano, com a cidade. Durante as buscas pelo espaço onde a mostra seria feita esse ano, quando entramos no Conjunto Nacional ficamos encantados. Encontramos, então, numa data tão significativa e com o tema que tem muito a ver com o que o próprio projeto do Conjunto Nacional, que já era inovador há 63 anos atrás, uma conjunção absolutamente inesperada, porém feliz".

Historicamente a CASACOR tem uma importância muito grande na estruturação do mercado de design de interiores no Brasil. Quando a mostra surgiu a profissão sequer existia, e só foi regulamentada recentemente em 2016. “Desde sempre estivemos ali sempre fomentando essa profissão antes mesmo de ela existir oficialmente. Para se ter uma ideia, cerca de 7 mil profissionais da arquitetura de interiores já passaram pela CASACOR e suas franquias nesses 35 anos. É um número muito expressivo. Isso sem falar na participação da indústria. As demandas criadas por projetos da exposição movimentaram muito o setor ao longo dos anos, criando até mesmo impacto no mercado imobiliário. A CASACOR termina sendo uma espécie de laboratório, tanto para os profissionais que criam os ambientes quanto para a criação de produtos pela indústria", destaca Livia.

Sobre as tendências refletidas por essa edição da CASACOR, Livia acredita que os ambientes e projetos de arquitetura de interiores devem ser cada vez mais personalizados e talvez até biográficos. "O mercado de interiores já mudou muito e segue mudando o tempo todo, porque as pessoas passaram a ter uma nova relação com suas casas. Isso, na prática, traz um impacto grande na relação do cliente com o profissional que vai fazer o projeto dessas casas. Eu acredito que a tendência é que todos os projetos sejam cada vez mais feitos a quatro mãos, em uma parceria do cliente com os designers de interiores. Ao mesmo tempo, a popularização do acesso à internet faz com as pessoas tenham cada vez mais acesso às inovações, novas tecnologias e pesquisas de tendências, o que faz com que esses clientes estejam cada vez mais exigentes, o que demanda constante atualização dos profissionais. Em um tempo em que as tecnologias avançam e o acesso à informação se torna cada vez mais rápido, as pessoas passam a ter uma necessidade maior de se conectarem com suas memórias e raízes", finaliza.